sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

do meu corpo, qual foi a razão para que a morte
e a solidão começassem? a doença, dizia alguém
tão longe. a doença, a doença, repetia tão longe.

eu imaginava que a doença era um desespero
enterrado sob as árvores. eu fechava os olhos
às paredes que envelheciam no corpo da casa.

agora, apodrece o lugar que deixaste vazio na
minha pele. agora escolho entre a terra, sob as
árvores, um lugar bonito, simples para morrer.

José Luís Peixoto

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008



Fechar os olhos, repousar, tentar inspirar e expirar calmamente...

O corpo pesaroso embate contra um beijo rasteiro e abandona-se num olhar vazio... um sorriso permanece estático nos lábios e sobre o corpo repousa o vento tiritando a poeira desta frágil
carne ...
A alma não me pertence... pertence aos braços das árvores...


sábado, 22 de novembro de 2008

Já sentiste alguma vez que te roubaram o fôlego da alma... e só te restasse o pó suspenso do ar que te expira? Já...?

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sou uma mulher de silêncio



“Sou uma mulher de silêncio que não aprecia as efusões nem as lágrimas. Falo pouco porque a maior parte das palavras se me afiguram vãs, e julgo que, para os outros, percorri a vida numa gravidade serena, na qual não puderam adivinhar tristeza ou desespero. Uma mulher de silêncio morando no silêncio, a ouvi-lo no interior dos sons, no interior das frases e da música, o silêncio das ondas na Ericeira, o silêncio dos ralos no Algarve, o silêncio das discussões quando os gritos começam e os muros urram, ecoando o despeito das pessoas.”

António Lobo Antunes.

Abandono aqui esta expressão de sentir desenvolvida pelo grupo de teatro que (des)oriento...
Há muita coisa a aperfeiçoar mas a minha partilha é sincera, como forma de exorcizo de todos os meus males...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Tristão e Isolda



Em tempos sombrios, depois da queda do Império Romano, a fraca Grã-Bretanha está dividida em vários clãs que disputam o poder entre si, enquanto a poderosa Irlanda, intocada pelos romanos, domina e manda nas tribos britânicas.

Para reverter a situação, o justo e nobre Marke, líder dos bretões, se encontra com chefes de outros clãs para tentar unir o país, mas acaba por ser atacado e assassinado por Morholt, líder os irlandeses, e seus seguidores. Na tentativa de salvar o jovem Tristão, Marke perde sua mão, mas garante a sobrevivência do jovem que ele criou como se fosse seu parente.

Anos depois, após mais um ataque das forças irlandesas, Tristão resgata seu povo, que havia sido capturado para servir de escravos para o malvado Morholt, que, nesse meio tempo, havia conquistado a mão da Princesa Isolda, com quem prometeu se casar.

Ao tentar tomar de assalto o castelo, Tristão é envenenado pela espada de Morholt, declarado morto por seus companheiros, e colocado em um barco funerário, após uma simbólica cerimônia. Isolda acaba por encontrar o barco e por se apaixonar pelo jovem rapaz, e quando ambos retornam para a Grã-Bretanha, a moça mente sobre seu nome para passar despercebido e poder viver com seu amor.

No entanto, após encontrar sua filha, o Rei Donnchadh, junto do traidor Wictred, decide promover um torneio, prometendo a mão de Isolda em casamento ao vencedor. Tristão enfrenta o desafio e o vence. Sem saber que Isolda é o seu amor, Tristão a oferece a Marke, para promover a união da Grã-Bretanha, mas quando ele a vê, a confusão toma conta de sua cabeça, e ele tem que decidir entre a amizade e lealdade por Marke, e o amor que sente por Isolda.

in Wikipédia

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Billy Elliot



Porque nem sempre aquilo que os outros esperam de nós é o que temos de melhor para dar!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Adele... First love




So little to say
But so much time
Ddespite my empty mouth
The words are in my mind
Please wear the face
The one where you smile
Because you
Lighten up my heart
When I start to cry

quinta-feira, 23 de outubro de 2008


"Quase tudo o que fazemos parece insignificante, mas é muito importante que façamos.
Tu precisas ser a mudança que desejas ver no Mundo."

Mahatma Gandhi

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O paciente inglês - vencedor de 9 óscares!







"Meu amor, estou à tua espera. Quanto dura um dia quando está escuro? E uma semana? O fogo apagou-se. Tenho muito frio. Devia arrastar-me até lá fora. Mas haveria o Sol. Receio gastar luz com as pinturas e para escrever estas palavras...
Morremos... Morremos ricos com amantes e tribos, gostos que experimentamos, corpos em que penetrámos e em que nadamos como rios. Medos em que nos escondemos como esta maldita gruta. Quero tudo isto marcado no meu corpo. Nós somos os verdadeiros países. Não as fronteiras marcadas em mapas com os nomes de homens poderosos.
Sei que virás e me levarás para o palácio dos ventos. É tudo o que quis. Passear nesse lugar contigo com amigos. Uma terra sem mapas. A lanterna acabou-se e estou a escrever às escuras..."

in Paciente Inglês

Simplesmente Fabuloso!




Sentes que a tua vida é rodeada de uma frustração imensa! Que a tua vida deixou de ter sentido ou que nunca o teve! Que tens sede e fome do que não se bebe nem se come!? Que precisas urgentemente encontrar um caminho uma forma de viveres a vida como te dita o coração!?

Então vê e revê este fantástico filme! Para além da banda sonora de arrepiar, deslumbra a essência de qualquer um! Aprendemos a ver de outra forma os pormenores que tornam a vida encantadora! Aqueles pormenores que deixam escapar uma lágrima, que arrepiam o mais céptico indivíduo! Posso dizer que este filme faz-nos acreditar que todos os nossos gestos são imprescindíveis na felicidade do outro!

Estátuas de sal

Fotografia e trabalho de edição por Minha feia

Quantas vezes paramos para pensar no passado e não impedimos que o presente seja apenas um memorial do passado morto?

O passado não ressuscita, apenas tem o poder de despertar as lágrimas e os sorrisos!
E se o ressuscitado for as lágrimas, berrai!
Gritai com todo o ar que habita a vossa carne, chorai o sal da vossa alma e lembrai-vos que sois dignos de ter um presente de esperanças futuras...

A bíblia revela a história sobre uma mulher gananciosa, a mulher de Ló, que teve de abandonar tudo para não ser atingida pelo castigo divino. Deus tinha avisado Ló que ao partir não podiam olhar para trás senão transformariam-se em sal! Bem... a mulher de Ló olhou para trás, talvez para recordar as suas vestes ou as suas jóias... e foi transformada numa estátua de Sal...
Assim também acontece connosco, pelo menos falo por mim... Deixamos o olhar esquecido nas nossas jóias do passado que neste presente não passam de bijuteria fútil e inútil!

Eu não quero ser uma estátua de sal!

Doravante o único sal que usarei é para sarar as feridas, para conseguir levantar-me e seguir o meu caminho!

Para agarrar a Vida com as próprias mãos! E reduzir manipulações e falsidades ao desprezível pó dos meus pés!

aahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh (para quem não entendeu, isto foi o meu grito de libertação! weeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee =)

sábado, 30 de agosto de 2008

...eras tu a claridade...



o tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava. era a tua
a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.
era a tua pele. antes de te conhecer, existias nas árvores
e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade.

José Luís Peixoto

"fingir que está tudo bem: o corpo rasgado e vestido
com roupa passada a ferro, rastos de chamas dentro
do corpo, gritos desesperados sob as conversas: fingir
que está tudo bem: olhas-me e só tu sabes: na rua onde
os nossos olhares se encontram é noite: as pessoas
não imaginam: são tão ridículas as pessoas, tão
desprezíveis: as pessoas falam e não imaginam: nós
olhamo-nos: fingir que está tudo bem: o sangue a ferver
sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades de
medo nos lábios a sorrir: será que vou morrer?, pergunto
dentro de mim: será que vou morrer?, olhas-me e só tu sabes:
ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer:
amor e morte: fingir que está tudo bem: ter de sorrir: um
oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga."

José Luís Peixoto

καταλλασσω - Reconciliar; Efectuar uma mudança; Transformar. Reconciliar.



Do grego καταλλασσω [katallassô] (Verbo).

Do latim reconciliatione

acto ou efeito de reconciliar;
renovação, restabelecimento de amizade, de boas relações políticas;
confissão religiosa por devoção;
nova consagração de um templo que foi profanado.


... Necessito de me reconciliar com a minha verdade... enfrentá-la.
Alguns escritos dizem que poderei desenterrar a verdade no silêncio... porém este silêncio não pode estar repleto de reflexões ao contrário do que pensava. É necessário observar... ser um vigilante do turbilhão que nos preenche a alma. Vivemos rodeados de fugas que nos arrastam para fora de nós...
Sinto que a todo o momento sou profanada...

E tu?

Nothing to you - Two gallants



Well my kind's been around forever
And I claim to be one of the few
But the lost cause of words walks away with my nerves
'Cause I'm gay as a choir boy for you

You got hair that recalls me of rivers
Runs softly while you dream of you
But your heart is so cold that it shivers
'Cause that I know is I'm nothing to you

And I followed you into the party
That no one invited me to
But alone I made love to my 40
And played make-believe it was you

But I watched you forget your belongings
And belongings you've got quite a few
I filled up your bag with my longings
And searched through this whole, wide city for you

And we'll walk 'neath the street lamps forever
You'll say you remind me of you
It's so damn cliche that it's clever
It's so fucking false, you think that it's true

'Cause I heard that you forgot that you were (a) lover
And lovers you've got one or two
But you can't tell one from the other
Now, mama, now you're nothing to you

And it's down by the riverside (wasting away)
And it's down by the riverside (beating the clay)

terça-feira, 27 de maio de 2008

O regresso da ausência



"Dream on girl, Dream on girl
I want to see you sleep tonight
You’re up and down
You hit the ground
And time is drifting trough your fears

I can’t find your dreams tonight
And make your lover come back home
If you don’t know, you are on your own
I’ll choose the best days for your sleep

Come back to see the day you lost your heart
And odd your hopes

I’ll take you to see the sunrise and try to catch your ghost

Come on girl, a dream is your world
The sins you see are in your mind
The words that you speak are here in my ear
So I can hear you falling down

Take a breath to see me
I can wait for you to
Live your live with no hopes but
If you still believe…

Come back to see the day you lost your heart
And odd your hopes
I’ll take you to see the sunrise and try to catch your ghost"

Rita Redshoes - Dream on Girl

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

26 de Setembro 2007 - Santiago

... fui...
entrei num deserto... disponível à graça divina...
caminhos de santiago...
não obtive respostas... apenas um luzeiro para iluminar as veredas do meu caminho...